Dumping como golpe de publicidade
As cenas que ocorreram hoje por todo o país, são bem a prova
de como os grandes grupos económicos gozam com a lei e montam as suas campanhas
sem qualquer controlo.
A campanha que uma cadeia de supermercados lançou sem
recurso a publicidade universal para este dia 1º de Maio, para além de sujeitar
os seus empregados a trabalho e situações de conflitualidade e desgaste, ainda
provocou o consumo dos serviços policiais sem custos para os problemas que organizou.
Partindo de um grupo da dimensão da Jerónimo Martins, nada
foi montado ao acaso. Foi uma jornada de publicidade gratuita em exclusividade,
gastando não só os meios públicos para os problemas que criou como arrastou
tudo o que é imprensa para as suas lojas.
Amanhã sai o comunicado angelical da companhia, a respectiva
associação (APED) intervirá em socorro se necessário, porque a situação tem
vários ângulos de infracções que podem e deviam ser accionados.
Por antecipação ninguém agiu e os factos estão consumados.
Vamos ouvir o silêncio das associações do pequeno e médio comércio, que
repetirão os habituais coros de lamentações.
O “Pingo Doce” tornou-se o herói da crise, a populaça
rejubilou e atropelou-se, deu produtos a metade do preço, faltando saber se os
fornecedores estiveram no filme ou vão ser chamados à posteriori com as famosas
notas de crédito surpresa.
Esvaziar lojas deu milhões que amanhã vão resolver problemas
de tesouraria mas, as autoridades competentes têm de averiguar toda esta
montagem e as suas consequências…
Fá-lo-ão? Duvidamos!
FaroActivo
faroactivo@gmail.com
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