Para onde nos leva este Governo?
Ainda com menos de um ano de vida, o Governo PSD/CDS não
defraudou os interesses que representa. Certo da missão que lhe incumbiram,
endireitar as finanças do país em favor dos credores e do reforço do capital
interno, com medidas punitivas e recessivas, o que vinha torto só poderia
piorar.
O desemprego e as falências não páram, tal como a quebra dos
rendimentos das famílias e por consequência a quebra das receitas do Estado.
Mesmo nestas circunstâncias, que diminui a liquidez do mercado, o Governo
diz-se fiel ao acordo da Troika, que foi elaborado num período de raciocínios
fundamentalistas da UE, onde a senhora Merkel e o adjunto Sarkozy apenas
queriam recuperar os cofres dos seus Bancos e a estabilidade da moeda que lhes
serve de almofada.
Com a aparente mudança do discurso em França e a pressão que
emerge do fundo das massas populares que não suportam a dimensão da crise do
sistema capitalista e ganham uma crescente consciência de que não é da sua
responsabilidade, os próximos tempos dos Governos da burguesia europeia são de
evitar a ruptura total do tecido económico e financeiro. Os políticos
puseram-se em sentido, fundamentalmente pela sua incapacidade.
Em Portugal, país sem voto em qualquer matéria e que foi aprisionado
pela dívida contraída de forma fraudulenta, o actual Governo governa para essa
mesma dívida, continua a negar o investimento público, persegue as empresas e
as famílias, promete o que não sabe, tem os números da execução governamental em
descontrolo, celebrou um Contrato Social falsamente para “o emprego e crescimento”,
que um dos subscritores - a UGT-, já não suporta como acto consciente de
traição, sobretudo quando as forças que lhe são próximas na Europa, supostamente
querem impor mudanças.
Com a madrinha da dívida de Portugal, a senhora Merkel,
conselheira de Sócrates e de Passos Coelho a não querer ficar isolada, com o
novo presidente de França a querer mostrar serviço, a Espanha em queda livre e
a Grécia em permanente protesto, faltando saber que desenvolvimentos noutros
países, os agentes da especulação internacional e que acumulam os dinheiros
roubados às economias dos países, poderão ter de recuar na dimensão do roubo
que vêm praticando.
Com o sistema capitalista em análise de reconversão para evitar
a revolta contra os seus processos, o Governo de Portugal ainda persiste no
discurso de empobrecimento em nome da honra - continua a declarar solenemente o
segundo Portas -, sabendo o rumo de consequências imprevisíveis que o país está
a levar.
O que facilmente podemos concluir é que o Governo do PSD/CDS
não tem estratégia de crescimento, não tem solvência e como não serve os
interesses dos portugueses e a independência do país, também não tem futuro.
Mais tarde ou mais cedo o povo português vai esmaga-lo!
Luis Alexandre
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