Paulo Macedo: o ministro público da saúde privada
É
necessário que se compreenda que a dívida que o governo vende pátrias
Coelho/Portas, a mando da tróica germano-imperialista, insiste que sejam
os trabalhadores e o povo a pagar, sem que tenham sido eles a
contraí-la e, muito menos, a dela beneficiar, foi propositadamente
desenhada pelos grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, para
ser IMPAGÁVEL! E porquê?
- Primeiro, porque servirá como instrumento para perpetuar o domínio do directório europeu e do imperialismo germânico que o controla sobre os chamados países “devedores”, os tais que viveram acima das suas possibilidades;
- Segundo, porque perpetuará um negócio de acumulação de riqueza sem precedentes, consubstanciado nos juros e nos lucros usurários que instituições como o FMI, o BCE e os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, praticam sobre os empréstimos e os programas de resgate que impõem aos países cujas economias estão mais fragilizadas, fruto de terem alinhado na estratégia de desindustrialização e liquidação da agricultura imposta pelo eixo Berlim/Paris;
- Não menos relevante, a dívida é propositadamente IMPAGÁVEL porque, enquanto subsistir, permite a política de chantagem que leva à transferência de activos e empresas públicas estratégicas para as mãos de grupos privados.
O
exemplo mais paradigmático e recente de como este processo decorre
exactamente pela forma como atrás ficou exposto, é o que sucede no
sector da saúde.
Com um olho no ouro e outro no bandido,
o actual ministro da saúde, Paulo Macedo, que já foi – ou se calhar
ainda é – membro da direcção de uma companhia de seguros de saúde
privada – a MEDIS – está a levar a cabo um programa que mais não visa do
que criar as condições ideais para a privatização deste sector.
Começou,
desde logo, por impor o aumento das taxas moderadoras, anular a
comparticipação do Estado nos custos dos tratamentos e medicamentos de
doenças crónicas ou de elevado grau de mortalidade, baixar o valor da
comparticipação do Estado na aquisição de medicamentos e meios
complementares de diagnóstico, encerrar centros de saúde, maternidades e
urgências hospitalares, para agora vir propor a “reorganização” das urgências hospitalares que resistiram a essa hecatombe, nomeadamente reduzindo o número de valências no período nocturno.
É
o que está já em preparação – sempre rodeado de um palavreado
mistificatório quanto às virtualidades das reestruturações – com a
eliminação dessa valências nas urgências dos Hospitais de Garcia de Orta
(Almada) e S. Francisco de Xavier (Lisboa), depois de ter já suprimido a
urgência no Hospital Curry Cabral.
Ora,
tal programa só pode ter por objectivo facilitar a privatização do
sector da saúde, na lógica da transferência de um activo público,
essencial para os trabalhadores e o povo português, para as mãos de
grupos financeiros privados, à pala de reduzir custos para fazer face ao pagamento de uma dívida
que, já percebemos, o governo de traição PSD/CDS, acolitado por Cavaco e
pelo PS de Seguro, e a mando da tróica germano-imperialista, deseja
PERPETUAR e tornar IMPAGÁVEL e que, por isso, o povo português tem de
recusar-se a pagar.
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