1 de abril de 2012

O ministro Relvas que se cuide

Reforma Administrativa da Troika não passará


Mais de 100.000 elementos do povo vindos de todas as partes do país – dos Açores e Madeira a Bragança e Faro - e representando centenas de freguesias, em particular as rurais, fizeram transbordar o Rossio em Lisboa, desfilando com alegria e determinação do Marquês de Pombal até àquela praça, contra a proposta de lei do governo PSD/CDS de extinguir mais de um milhar de freguesias.

Nem o Salazar nos tratou assim! Lia-se numa faixa de uma das freguesias rurais que a chamada reforma administrativa que o governo pretende impor visa extinguir.

Na verdade, este governo, em matéria de patifarias e de medidas terroristas contra o povo não tem nada a aprender com os fascistas.

Neste caso, inventando uma série de argumentos para justificar a mera execução de ordens da Tróica germano-imperialista que achou que o país tinha freguesias a mais e que também aqui era preciso sacar dinheiro para alimentar os banqueiros alemães, o governo decidiu-se pela extinção pura e simples de um terço das 4 259 daquelas autarquias.

Para tentar enganar os trabalhadores e famílias pobres, em particular das zonas rurais, que têm na actual divisão administrativa, não apenas a expressão da sua identidade social e cultural, como um apoio para resolver em termos próximos um grande número de problemas, o governo veio ainda usar o termo agregação para designar o desaparecimento puro e simples.

Mas essa manobra foi hoje claramente desmascarada pelo povo trabalhador que desceu às ruas da capital, que nunca deixou de associar a agregação à extinção nas suas palavras de ordem contra a proposta de lei da reorganização administrativa.

Acontece, no entanto, que o ministro Relvas, com aquele ar de anjinho provocatório que gosta de ostentar para disfarçar as medidas mais terroristas do seu governo, passou a uma outra tentativa de neutralizar a inevitável revolta popular, ao abandonar o critério inicial de selecção das freguesias a extinguir – as que tivessem menos de 500 habitantes – para passar essa decisão para as assembleias municipais.

Mas também esta manobra de divisão não passará, sendo que, pelo menos no que respeita às freguesias rurais, este governo de traição nacional irá experimentar o que é a firmeza e combatividade de quem foi continuamente abandonado e desprezado numa dura vida de trabalho e que agora, para benefício exclusivo de agiotas imperialistas, ainda se vê espoliado das suas raízes culturais e privado das estruturas locais de apoio para a satisfação das suas necessidades básicas.

O povo da freguesia de S. Tomé de Negrelos, do concelho de Santo Tirso, bem vai avisando : Já existimos há 12 séculos!

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