Baixa de
Faro: um simples contributo
Agora que voltámos a aquecer a discussão sobre quem, porquê
e a persistente falta de vontade em revitalizar a baixa de Faro e o seu centro
histórico, está na altura de organizar uma corrente de opinião e proceder ao
debate de quais as medidas consideradas prioritárias numa estratégia de curto e
médio prazo.
Para a sustentação deste debate, devemos reclamar a
participação de todas as correntes de opinião e as vozes individuais de
arquitectos, engenheiros, historiadores, artistas plásticos, urbanistas,
proprietários, financeiros, comerciantes e outras vozes independentes, abrindo
um grande leque de propostas que pela força da discussão apure cada passo e os
seus tempos de execução.
O facto de estarmos a enfrentar tempos difíceis em termos de
economia e finanças, estes devem aguçar o engenho. Para se iniciar um grande
processo de transformação, todos vão ter de ceder, negociar e renegociar de
acordo com a realidade onde tudo desvalorizou.
Sobre a forma de suscitar e organizar o debate, deixo isso
ao cuidado dos comerciantes de Faro e das suas organizações.
Para começo e porque é essa a razão deste texto, entendo as
seguintes 12 inhas como uma base de trabalho:
No curto prazo:
1.
Recuperar as fachadas das casas devolutas e
abandonadas pelos proprietários, incentivando-os ao contributo, porque todos
têm a ganhar em tempo de perdas;
2.
No quadro dos constrangimentos criados com a
nova introdução de parquímetros que ao contrário se está a tornar um novo
factor liquidador, reanalisar o processo e encontrar as soluções públicas ou
parcerias público-privadas que permitam a vinda e permanência das pessoas na
baixa;
3.
Facilitar o investimento privado, nomeadamente
com medidas públicas para que nasça um novo alento pela criação de emprego e
riqueza;
4.
Planear e sustentar o investimento na
ambicionada cobertura das Ruas de Stº António e D. Francisco Gomes (e
eventualmente outras), como forma rápida de justificar a sua utilização como
factor dinamizador;
5.
Iniciar a discussão com os diversos
interventores nos processos de encerramento da Galeria Stº. António, Banco
Pinto e Sotto Mayor, Edifício do Café Aliança e, eventualmente outras lojas de
importância estratégica, com vista a soluções do interesse estratégico da
cidade;
6.
Ligar a cidade ao aeroporto, onde se regista um
claro deficit de reconhecimento da sua existência e capacidades como razão para
a visitarem; é uma forma de semear;
7.
Melhorar toda a sinaléctica sobre a baixa e a
rede de oferta cultural;
8.
Criar um roteiro de visita da cidade, desde o
histórico à gastronomia e colocá-lo nos postos de Turismo, agências e outros
locais de interesse;
9.
Criar um evento impactante que troe o nome da
cidade fora das suas fronteiras e outros em menor escala, que podem ir das
companhias de teatro aos músicos da prata da cidade;
10.
Criar um dia, ou umas horas de descontos por dia,
ou outra dimensão, como passatempos e brindes, como forma de atrair pessoas;
11.
Discutir com a Estradas de Portugal a colocação
de placas personalizadas nos nós de Faro na Via do Infante, à semelhança das
que anunciam Vila Real de Stº António;
12.
Criar as condições públicas de comodidade e
segurança para que os visitantes renovem a vontade e funcionem como motor de
busca nos seus círculos.
Estas são medidas que poderão funcionar como um ponto de
partida e que podem projectar outras para prazos mais dilatados.
Por uma questão de cuidado, não mencionei a questão do
licenceamento de novos espaços comerciais nos corredores de entrada e
limítrofes da cidade, por entender que são os próprios grupos empresariais que
sabem da falta de capacidade financeira acumulada para largos anos.
Como não tenho outra pretensão senão a de ajudar, creio que
este eixo de discussão pode ser colocado em cima da mesa para os meses de
pré-campanha autárquica.
Luis Alexandre
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