As comadres ao
engano dos problemas
Com o desemprego estrutural a atingir dramaticamente os
jovens, estimado na margem dos 38% do número total, o Governo PSD/CDS resolveu
lançar poeira para os olhos do povo português, com a introdução do programa
“Impulso Jovem”.
Miguel Relvas, recuperado das secretas e das ameaças sobre
quem escreve, foi o porta-voz da pompa deste programa que, por razões de rácio
europeu, tirava o Algarve do mapa da intervenção.
Claramente ostracizada a região e a gravidade dos seus
problemas (já anteriormente o secretário de Estado do Emprego havia afirmado em
solo algarvio que não havia razões para um programa de alarme, o que confere),
as trombetas dos ditos da oposição socialista, com o sempre inefável altifalante
Miguel Freitas à cabeça, gritou a injustiça.
Entalado o Algarve e entalados os deputados da maioria
governamental com tal desaforo, a luz brilhou nas cabeças do Governo que
recuperaram o folego e nos deram o privilégio de uma solução remendada e de
inclusão.
Calados os críticos e salvas as aparências da guerra
eleitoral, os deputados do PSd regional até escreveram um regozijo público
porque afinal sempre vão ser conferidos mais uns milhões ao Algarve.
Satisfeitas as comadres com as bagatelas da propaganda,
ficam as perguntas dos algarvios para as soluções de conjunto que a região
reclama para o seu tecido social e económico, onde o problema dos jovens é
igualmente evidente.
Numa região em acentuada depreciação estrutural e sem
investimentos públicos e privados, tragicamente sujeita à monocultura do
Turismo e do betão associado, massacrada pela sazonalidade, pela quebra dos
salários reais, do poder de compra e da procura, que carrega o flagelo das
portagens e da falência autárquica generalizada, a extensão do impulso jovem
não passa de uma grande manobra, que apenas satisfaz PSD, CDS e o falso partido
socialista.
O Algarve precisa de medidas imediatas, tais como: o fim das
portagens, o arranque das obras da EN 125, um imposto reduzido para as actividades
turísticas, um programa de emprego na requalificação urbanística e habitacional
e, no plano nacional, a reposição dos salários e dos subsídios dos
trabalhadores. No médio prazo colocam-se outras.
É nestas matérias que se devem concentrar os esforços da
região, sob pena do fracasso geral e não só dos jovens… mas quem está para aqui
apostado?
Luis Alexandre
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