Cecília Meireles, a secretária fantasma que decida
O governador do Banco de Portugal esteve no Algarve e à
margem da conferência sobre outro tema, suspirou o que muitos já adiantaram no
passado sem sucesso.
Carlos Costa entende, como nós, que o Turismo continua a ser
um veículo de desenvolvimento se reanalisarmos todas as condições em que se
deve mover nos novos contextos da procura e da oferta.
O Turismo, para além da forte componente do lazer, é a nova
indústria da formação do conhecimento histórico e científico, de comunicação
civilizacional e de gerações e, portanto, evoluiu em novas vertentes que não
foram apreendidas em toda a extensão dos valores e do rendimento.
Estas ideias não são novas e nunca foram levadas a sério,
exactamente pela velha mentalidade preponderante em que o betão é que mais
ordena e as suas actividades associadas.
Quando num passado recente um dos gurus do imobiliário
defendeu com unhas e dentes o retorno a este modelo, sob a capa do Turismo
residencial, que tem a sua razão de ser, e até foi eleito “honoris causa”, contestámos
esta forma de motor quando outras ideias têm de começar a ganhar o tal espaço
novo.
O Algarve, que já foi a galinha dos ovos de ouro do encaixe
do Estado, foi sempre olhado de cima para baixo, gozando do enriquecimento
fácil dos que aqui vieram investir com o beneplácito e aproveitamento dos que
exerciam o poder.
Apesar dos largos constrangimentos que vêm derrotando a
região e lhe encurtam a manobra, as soluções passam por um novo contrato, onde
o saber aliado à experiência, inevitavelmente, conseguem produzir mais-valias
de uso duradouro.
A sazonalidade não é uma maldição. É, tão-somente, uma falta
de visão.
O clima do Algarve não nos traiu e mesmo a nossa cultura e
tradições não morreram. Apesar de muitas perdas, continuamos a ter uma reunião
e homogeneidade de valores estruturais que devem ser valorizados. Onde estamos
mal é ao nível das estruturas e da capacidade dos intervenientes que ocupam as
pastas das decisões.
Carlos Costa não acrescentou e… os políticos também não
querem ouvir… a começar pela Secretária de Estado…
As ideias honoris são mais gratificantes… de curto prazo e
lucro fácil, deixando mais uma vez a sustentabilidade no vazio.
Luis Alexandre
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