Mais de 7.000 casas "arrecadadas pela Banca"
Enquanto quase sete mil imóveis foram entregues aos bancos em dação em pagamento por famílias e por promotores imobiliários em 2011, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção - segundo estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP),associação que representa o sector imobiliário, "cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento" -, milhares de trabalhadores e suas famílias ficam sem tecto.
Estes
números são bem indicadores do agravamento substancial das condições de
vida dos portugueses, afectando principalmente os agregados familiares
de trabalhadores. Muitas destas famílias têm elementos seus
desempregados, atingindo muitas das vezes os dois elementos do casal.
Segundo os mesmos números, só no mês de Dezembro foram entregues 1.100 imóveis, o que representa
"o pior resultado do ano transacto e substantiva-se como o corolário de
um segundo semestre extremamente difícil, em que o agravamento homólogo
deste fenómeno se situou em torno dos 17,9 por cento".
As
mesmas estimativas da APEMIP indicam que as áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto concentram 45,2 por cento do número total de imóveis
entregues no ano passado, sendo que dos 10 municípios mais penalizados
em termos nacionais, apenas três - Loulé, Ponta Delgada e Braga - não
pertencem a estas duas regiões. Estes números foram acompanhados por uma
quebra de 7,2 por cento do número de transacções no sector imobiliário,
face a 2010.
Mas
estes indicadores mostram a perversidade da actual situação de aumento
de desemprego, miséria e fome, porque no que respeita ao parque
habitacional português, os resultados preliminares do Censos 2011
indicam que, entre 2001 e 2011, foi registado um crescimento de 37,6 por
cento dos alojamentos vagos para arrendar, com o total dos espaços
arrendados a ter crescido 6,3 por cento face à viragem do século.
Ao mesmo tempo que milhares de famílias ficam sem tecto, este governo prepara-se para aprovar uma lei dita de incentivo ao arrendamento que
irá, se vier a ser executado, provocar mais despejos de inquilinos
constituídos primacialmente por famílias pobres. Roubado o salário,
roubado o trabalho, roubada a pensão, rouba-se o tecto, é esta a
política de traidores por parte deste governo Coelho/Portas.
O
direito à habitação consagrado na Constituição desta república burguesa
é ele também um verbo-de-encher. Aqui também a Constituição está
suspensa, mostrando como sempre dissemos...
que de palavras bonitas inscritas no papel está o inferno cheio!
A
resposta a esta ofensiva dramática de aumento da miséria e fome sobre
os operários, dos trabalhadores em geral, tem um destinatário: este
governo de vendidos, de serventuários dos ditames da Tróica. Por isso
está demonstrado à saciedade a razão do nosso partido quando afirma que
para derrotar estas políticas de traição, é incontornável que os
trabalhadores e o povo derrubem este governo fantoche e imponham, em
alternativa, um governo que aplique um programa democrático patriótico
capaz de satisfazer as necessidades e anseios de todas as camadas
populares.
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