Macedo: a segunda volta da impotência
Em menos de um ano temos o ministro a ser chamado à pedra
por causa do aumento da criminalidade que coloca os interesses turísticos do
Algarve em causa, relegando para segundo plano a actividade criminosa que lesa
os cidadãos em geral da região.
O ministro desce sensibilizado pelo clamor das associações
do sector que conjugaram vozes e têm razão, mas não passa despercebido a
desvalorização das consequências da criminalidade em pessoas e bens fora da
actividade turística.
O lobby do Turismo tem canais próximos do poder ao contrário
da populaça, cujas queixas morrem na secretária dos postos de atendimento e têm
de ser pagas.
O ministro, em Julho passado, ladeado do embaixador de
Inglaterra, do comandante-geral da GNR e do inefável presidente da Câmara
Municipal de Albufeira, assegurou medidas para a tranquilidade, que afinal
redundaram no crescimento exponencial da criminalidade.
Como na altura denunciámos, as medidas securitárias,
reforços ocasionais ou o folclore de mexidas em chefias, escondem os problemas
de fundo do aumento da criminalidade que são todos de ordem social e económica.
Com a região no topo percentual do desemprego, com a queda
abrupta da construção civil e a incapacidade pública central e autárquica em
fazer investimentos, com a falta de dinheiro no mercado e até o aumento das
portagens e dos bens de consumo, o frágil e super-dependente tecido económico
entrou em espiral de colapso.
O Governo de Passos e Portas, obcecados pelo pagamento da
dívida fraudulenta que o país foi acumulando pelas más gestões governativas,
não escutaram os apelos das regiões e no caso do Algarve, não tomou as devidas
precauções para evitar os efeitos perversos que a degradação social poderia
provocar no sector do Turismo, nas suas duas frentes, a residencial e de
visitas ocasionais.
A visita anunciada para esta semana é mais um passo na
artificialidade que caracteriza a acção deste Governo, que desistiu do país e
do seu povo, para dar voz aos interesses dos mercados de especuladores que
sugaram a nossa economia e finanças e nos impuseram uma troica de medidas que
nos está afundando.
Este ministro, ou qualquer outro, tal como aqueles que o
chamaram, fingem não perceber a natureza dos problemas e querem apenas que os
seus quintais e os dos amigos do poder sejam minimamente protegidos.
Os próximos meses, dada a falta de planos de criação de
emprego e riqueza em favor da população, encarregar-se-ão de provar o que
afirmamos.
A criminalidade é um problema social mas, por razões de
classe, nenhum Governo servilista do grande capital nacional e estrangeiro o
entende. Temos de ser nós a fazê-lo entender, começando por participar na GREVE
GERAL de protesto conta as políticas terroristas que nos vêm impondo!
Luis Alexandre
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