ACRAL, ARESHP e AHETA lambem as feridas do poder
As associações dos sectores empresariais com sede e
representação no Algarve não conseguem esconder uma linha de actuação ao
serviço das estratégias dos sucessivos Governos, com os impactos negativos
conhecidos na actividade dos seus associados.
Sempre em linha descendente, a actividade do comércio
tradicional e serviços foi sucessivamente esmagada pelas políticas centrais de
imposição do exagero da oferta de grandes e médias superfícies da distribuição
que o desarticularam paulatinamente e não tiveram qualquer acção prática de
mobilização e repúdio por parte da ACRAL.
Ao contrário, esta associação, num desplante sem escrúpulos,
até sobreviveu com os fundos arrecadados das contrapartidas pagas pelas grandes
superfícies e, segundo algumas acusações tornadas públicas, ainda montou
delegações em espaços comerciais oferecidos…
A ARESHP, do sector da restauração e similares que absorveu
a associação nascida em Albufeira para esta área, se a sua actividade se situava
no aconselhamento e pouco mais, limitou-se a resmungar as decisões do Governo
que aumentou o IVA do sector que, como a própria assinalou, seria a certidão de
óbito de uma parte considerável do seu tecido.
A AHETA, que se limita a gerir os interesses globais dos
hoteleiros e sai a terreno apenas para os defender, é outra daquelas entidades
egocêntricas ao serviço das políticas centrais. O seu rasto é de total
subserviência à centralidade das decisões para o sector do Turismo, limitando a
sua actividade à gestão de números e queixas dispersas, como o actual aumento
da criminalidade que afecta os seus associados.
Em décadas, estas associações nunca construíram estratégias em
defesa da actividade dos sectores que representam, apresentando cadernos
reivindicativos em oposição às imposições decretadas centralmente e que
revelavam satisfação com os retornos alcançados.
O Estado central usou o Algarve como uma fonte de receita que
julgava inesgotável, consentiu e aprovou a sua descaracterização e perante a
gravidade da situação conjuntural que atravessamos, despreza os problemas
acumulados e conta com o serviço dos serventuários instalados nestas
associações.
A teia em que nos enredaram é muito forte e não vai ser
fácil libertar-mo-nos. Nem as teorias carreiristas de regionalização, tendo em
conta os políticos locais que lhe dão forma, são uma porta de solução.
A luta dos algarvios por soluções ajustadas de
desenvolvimento, tem de ser associada à luta mais geral do povo português pela
mudança de Governo e de políticas.
FaroActivo
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