A "excepção da TAP: Contra a Regra do Roubo do Salário
Como
é sabido, o governo de Sócrates, com o apoio do PSD agora alcandorado
ao poder e do Presidente da República, decidiu confiscar os salários dos
trabalhadores da função pública entre 3,5 e 10%, com início em Janeiro
de 2012.
Entretanto,
com a chegada da tróica, o governo de traição nacional PSD/CDS resolveu
alargar esse confisco aos salários dos trabalhadores das empresas
públicas, designadamente as dos transportes, a RTP, a CGD, para além de,
como se sabe, ter também roubado o salário correspondente aos subsídios
de férias e de Natal por inteiro.
Sucede
que os trabalhadores da TAP, no próprio dia em que receberam o seu
salário de Janeiro, com a subtracção da parte confiscada, pararam
imediatamente o trabalho e bloquearam a entrada dos hangares,
preparando-se para prosseguir a luta por outras formas.
Aterrorizado
com o espectro de uma greve prolongada, o governo veio recuar,
aceitando não aplicar a medida nesta empresa, ainda que invocasse
argumentos perfeitamente descabidos para tentar justificar a cedência.
Perante
isto, desencadeou-se uma reacção totalmente oportunista, reaccionária e
anti-operária, que serve naturalmente os objectivos do governo, e que
consistiu em centrar a discussão em torno de saber se deve haver lugar
ou não a excepções em matéria de vítimas da austeridade imposta pela tróica.
Isto
é, para tais energúmenos, não abranger os trabalhadores do sector
privado neste roubo directo do salário já teria sido uma imoralidade,
quanto mais colocar de fora quem trabalha nesta ou naquela empresa
pública.
Esta manobra de conduzir a discussão para saber quem está a favor ou contra a excepção, no que respeita à redução salarial, o que pretende verdadeiramente é dar por assente e adquirida a regra do roubo do salário, que assim estaria fora de qualquer contestação.
Como
também se deixaria de falar no facto de os mesmos trabalhadores, agora
incluindo também os da TAP, terem sido espoliados dos subsídios de
férias e de Natal.
Para
além de já ninguém se colocar sequer a questão de saber como é que, não
estando suspensa a Constituição, se pode chamar de medida de excepção
ao pagamento integral do salário devido ao trabalhador.
O
executivo Coelho/Portas e os seus comparsas Seguro e Proença,
sentindo-se cada vez mais encurralado, irá ensaiar diversas manobras de
divisão dos trabalhadores para enfraquecer a sua luta e, principalmente,
desviá-la do objectivo político fundamental do derrube do governo de
traição nacional, sendo certo que não deixará de contar com o
desmascaramento e resposta adequados.
E, mais do que nunca, impõe-se que estejam na primeira linha da greve geral nacional de 22 de Março!
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