23 de janeiro de 2012

O famigerado Acordo de exploração...

O povo português não paga a traidores


João Proença a assinar acordo de concertação social


O Governo fascizante de obediência estrangeira, apesar da sua arrogância, viu-se forçado a negociar com o movimento sindical. Com o bater da porta da CGTP, restava-lhe fazer funcionar a velha corrente de influência e servir-se dos capachos da UGT.
 
O famigerado Acordo de Concertação Social do Governo PSD/CDS é uma farsa, pela diferença que vai da assinatura de qualquer lacaio chamado Proença, até à aceitação pelos trabalhadores que julgam representar.
 
A encenação para o país foi tão longe quanto permite a quase generalizada parcialidade da propriedade privada dos meios de comunicação e precisou do selo presidencial, na forma abstracta de o mostrar como um alcançado compromisso nacional. Em resposta à vénia, o presidente identificou-se na divisão, embora com um lamento, mostrasse perceber as consequências.
 
Mas afinal, o que significa este Acordo?
 
Para este Governo e os interesses de classe que representa, agora ladeados pela UGT, instalou-se a noção que depois da exploração capitalista desenfreada que levou à liquidação das suas próprias instituições e à falência do Estado, se abre um novo ciclo, em que o trabalho tem de aceitar ainda mais pesadas condições para o saneamento do sistema afundado. O que o poder não entende, é que a divisão das centrais sindicais não significa a divisão definitiva do trabalho e da sua luta de classe.
 
Para os trabalhadores, apesar da desarticulação que estas manobras de traição de uma das suas partes provoca, subsiste a compreensão da profundidade dos ataques dos capitalistas e do seu Governo, que ultrapassam a gravidade dos termos deste Acordo e os induz à determinação de reagir, particularmente as suas camadas mais esclarecidas, para a organização das respostas por todos os meios que entendam necessários.
 
Este Acordo, que entusiasmou a Troika a relembrar outros avanços – a redução da TSU -, se por um lado tocou a rebate entre as forças do capital e dos traidores entre o trabalho, por outro e pelas consequências agravadas nas condições de vida da população, vai permitir a clarificação e o alargar da aliança entre os vários sectores explorados da sociedade.
 
Os termos agora alcançados em papel e acobertados na lei e na Justiça burguesas, vão aumentar de forma obscena os lucros dos capitalistas, aumentam o seu poder discricionário e a intimidação, não vão criar mais e melhores empresas, mais e melhor emprego, acabando por agravar as relações de trabalho e as contradições de classe.
 
Vêm aí tempos muito duros. As duas partes sabem-no muito bem e cada uma delas prepara as diferentes condições dos dois lados da barricada.
 
O Governo e as suas forças vão forçar o pagamento de uma dívida odiosa e o cumprimento das medidas gravosas tomadas, se for necessário pelos meios políticos do recurso á força, caindo-lhe a máscara sobre que classe defende e da sua incapacidade em criar e distribuir riqueza no país.
 
O aumento do seu isolamento tem de ser proporcional à resistência e luta da população explorada e oprimida.
 
A manifestação de 11 de Fevereiro tem de constituir uma grande jornada de reprovação desta política e de preparação de uma Greve Geral que leve ao seu derrube e à criação de um Governo de Esquerda, Democrático e Patriótico.

Luis Alexandre 

1 comentário:

  1. Portugal vai estatelar-se e a miseria que não querem ver vai ter que desembocar em algum lado, mas haja a felicidade de sermos um país pequeno com uma data de Ferraris. Quantos salarios minimos vale a mansão e o Ferrari na garagem, fora os outros e as contas no banco e lá fora bem escondidinho.

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