22 de janeiro de 2012

Loureiro: um general às direitas…


O general bota cardada Loureiro dos Santos, um dos reformados dourados do nosso sistema político, que regularmente nos instrue sobre cenários mundiais da geo-política de saque pelos vários imperialismos, debitou há dias no jornal Público uma tese de recomendações ao Governo fascizante PSD/CDS, com o título: “Prevenir a violência social para evitar a sua repressão”. 

Como experiente nestas acções e bem avisado sobre o rumo que o país está tomando, o nosso general, numa selva de largas centenas de palavras para formar considerações, como seria de esperar, não dedica muita atenção à análise das razões da exploração e do descontentamento da população, para se empenhar a fundo nos avisos instrutivos em como lidar com a canalha popular que se atrever contestar o que lhe reservam. 

Loureiro dos Santos, é bem claro no título usado e escreve “Caso resultem frustrados os objectivos prioritários e venham a ocorrer incidentes de violência, haverá que agir no sentido de repor a lei e a ordem que garantam a segurança dos cidadãos”. 

Nesta frase lapidar do pensamento fardado da escola repressiva, convém desmistificar os conceitos de violência burguesa e reaccionária aqui apregoados: 

1.    Sobre os “objectivos prioritários frustrados`”, ele sabe que estão reunidas as condições para essa frustração, na medida em que o seu Governo de direita só tem aplicado medidas recessivas e nenhuma de crescimento e emprego, apesar até de avisos vindos da sua área;
2.    Assim sendo, estão então reunidas as condições para o toque a rebate em defesa do sistema opressivo, que na sua incapacidade política de resolver os problemas do país, acoberta-se nas leis para silenciar e reprimir quem ouse protestar;
3.    Como sabemos, que as medidas deste Governo estão esmagando a imensa maioria das classes sociais e poupando os grandes capitalistas e seus lacaios, o nosso general ainda se atreve a justificar-se em nome da “segurança dos cidadãos”.     


Na delonga de avisos ao Governo que também são uma mensagem militarista e intimidatória para a população, Loureiro dos Santos cita os conteúdos da Constituição para o extremar da agitação social que pode impor medidas “extraordinárias de defesa do regime”, ao ponto da aplicação “dos estados de excepção”, como a declaração do “estado de emergência” e a suspensão “dos direitos, liberdades e garantias a restringir”. 

Tudo muito claro. Mas como este Governo fascizante não dorme e sabe da gravidade dos golpes que vem infligindo e os que se vão seguir (ficámos a saber hoje dos erros nas contas públicas que vão determinar mais roubos a coberto da lei que os votos não autorizaram), já arranjou verbas dos nossos bolsos para apetrechar as polícias e subir-lhes o preço da jorna. 

O general chama-lhe estimular as forças policiais para que estas saibam qual é a sua barricada, o mesmo com a tropa que também se deve preparar para todos os cenários de por o povo na ordem. 

De todo este arrazoado preparatório, podemos inferir que o que não for por silêncio, vai por cassetete! É a lei da classe dominante! E a do povo? Não temos também capacidade de responder e impor a política e o Governo que nos serve?

Luis Alexandre

(Este texto, sem razões aparentes, não foi publicado na imprensa e em blogues)
     

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