A família parlamentar apenas cavaqueia
Entre mortos e feridos na sociedade e muitas chagas abertas
que não dão conta, as forças políticas parlamentares do desastre… cavaqueiam.
Com o outro Cavaco a ouvir e a manter-se estátua imponente e os números da
execução a não mentir. Apenas estes!
Ontem tivemos mais uma sessão do circo, onde o objectivo do
Governo, no desespero do chão a fugir pela manifesta incapacidade e a
contabilidade das feridas à vista, foi relançar o namoro com o dito partido
socialista do senhor Seguro. Claro que o visado se fez difícil para a queda
fraticida.
Apenas sustentado pela lei e pelo dinheiro que a Troika vai
injectando, o Governo de Passos e Portas, que não deixou de cumprir o programa
de empobrecimento, procura manter no regaço o seu comparsa de assinatura do
memorando da nossa falência.
A dama, que não tem discurso próprio e se pendurou na fleuma
do discurso de posse do novo actor gaulês, que também tem a casa francesa profundamente
desarrumada, como não tem saída a não ser voltar a assinar o próximo Orçamento
de Estado e as novas medidas de roubo, aposta na fraqueza do compadre com os
olhos postos apenas na alternativa de poder.
O estado da Nação é o conhecido, com base nas ordens do
memorando da Troika. Se o Governo PSD/CDS falha na sua aplicação, o P”S” falhou
pelo seu apoio.
Levando na bagagem o engulho do chumbo do Tribunal
Constitucional, num sinal de fragilidade e contradição entre os órgãos do
Estado, Passos Coelho, que já terá recebido telefonemas dos patrões… apenas
levou estudada a estratégia de lembrar ao dito partido socialista as suas
responsabilidades e um convite expresso para ajudar a escrever o próximo OE.
Se o pedido de Passos é uma fraqueza, o silêncio de Seguro
dá-lhe o tom fúnebre. Ambos os parceiros sabem que o problema não está nas
ordens do pagamento da dívida e dos juros fraudulentos, mas do lado das suas
consequências no tecido social e económico do país.
O país deprimido ferve em lume brando e, a erupção de uma
classe considerada elitista como a dos médicos tal como o travão das greves na
aviação, mostram que a rua não está controlada, apesar dos bons serviços
paliativos do P”C”P (o B”E” não conta para nada).
Esta foi a preocupação de Passos no estado da Nação: pôr na
ordem a muleta do partido do senhor Seguro. Porque se os simpatizantes deste
partido deixam de acreditar…
Luis Alexandre
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