Não são palhaços! São fascistas!
Trinta e nove anos depois do
golpe de Estado e da revolução popular que se seguiu em 1974/75, este é o
primeiro Governo formado pelos dois partidos herdeiros da filosofia da direita
capitalista que, a pretexto da situação de falência a que o parlamentarismo
burguês levou o país, adopta claramente uma governação de linguagem e processos
fascistas na execução das políticas, muitas delas, as essenciais, contra o
próprio texto e enumerado da Constituição que juraram defender.
Decorrem umas jornadas
parlamentares conjuntas dos dois paus de suporte do Governo (há muito que
perderam até o título eleitoral de pilares), acompanhadas do concerto de Cavaco
Silva, produzindo o maior espectáculo de propaganda concertada de que há
memória para defender o seu Orçamento de Estado, onde ministros falam de
moderação na defesa das camadas baixas e a ministra das Finanças diz que não.
Paulo e Cavaco, falam do acerto irlandês e da meta de sete meses para o fim do
programa de intervenção, numa forma de alcançarem o vergar do povo português e
como se daí para a frente não enfrentássemos ainda este Orçamento e as
consequências dele e dos anteriores.
Nos artifícios de linguagem, que
outros estão preparados se engolirmos estes, os ladrões internacionais que nos
induziram ao endividamento, associados aos locais que comeram as migalhas, vão
continuar a preparar o deserto económico onde os fluxos do grande capital vão
poder entrar para nos comandar e subjugar. Nunca a nossa independência nacional
esteve tão ameaçada, porque falamos do direito de investigarmos quem
prevaricou, de que forma o fez, a quem beneficiou e como resolver.
O país está amarrado à mesma
corrente que fez a dívida e vende o país pela sua serventia. Está na hora de
dizer basta! Queremos outro Governo que defenda o povo e os seus interesses
como Nação independente. Se tiver que ser doloroso, que o seja para o nosso
crescimento e não para os bolsos do capitalismo internacional que entra e sai.
O nosso povo tem os mesmos sentimentos que os outros povos: a paz, a
fraternidade e as relações económicas justas!
Luís Alexandre