3 de março de 2016

Texto publicado na edição de hoje do jornal "Barlavento"



Albufeira: o roubo continuado dos estacionamentos!

Por proposta do executivo, a assembleia municipal aprovou as novas tabelas de preços dos estacionamentos concessionados, votos a favor de PSD, PS e CDS e contra de VIVA e PCP, que em nada servem a cidade e os interesses de comerciantes e trabalhadores que ali exercem actividade, ou os privados que moram ou investiram para rendimento. Quem lê a notícia da decisão e desconhece o histórico desta novela que tem mais de oito anos, engole as teorias abstractas do enunciado liberal do utiizador-pagador, tão do agrado do bloco central que sempre dirigiu a cidade e a tem vindo a apagar sucessivamente com as suas políticas de destruição e sobre exploração do território.
Em cima de uma situação ilegal de exploração em mais de dois anos, de espaços públicos a troco da construção de um parque se ter praticado taxas e multas, estas profundamente arbitrárias e dissuasoras da permanência ou novas visitas, com rendimentos para explorador e concessor, onde se taxava 24 horas sem diferenciados níveis de tarifário, as novas decisões aparentam a democraticidade de reduzir os horários mortos, da uma às nove da manhã, para nos horários de ponta sobrecarregarem as taxas ao valor de dois euros/hora, em Julho e Agosto, contra o euro e vinte cêntimos nas tais 24 horas vigentes anteriores, isto nos parques de superfície da Av. da Liberdade, dois espaços construídos com dinheiros dos bolsos dos contribuintes.
E falando do histórico, para que os cidadãos percebam o que está em causa, a ACOSAL exigiu ao executivo do PSD liderado por Desidério Silva com o actual presidente de Câmara em presidente da assembleia municipal, que fosse levado por diante o Parque P6 previsto no famigerado Programa POLIS/Câmara, entidades que o abandonaram por insuficiência de verbas e despesismo em cosmética, o que veio a acontecer pela mão do executivo contratando uma empresa em pré-falência que não fez praticamente nada para cima do solo. Com a chegada da crise financeira geral do país e o profundo endividamento da autarquia, abriram-se as portas para as negociatas de virem os amigos da reserva económica da política resolver, o que foi apresentado como um milagre conseguirem arrranjar alguém para investir, para encetar este quadro de aproveitamento, onde o que era público passou a concessão de privados e à mercê da sua gula de ressarcimentos rápidos... em inademissível quadro de ilegalidade assumido pelo actual presidente que pedia contenção nas palavras para não prejudicar a autarquia em possíveis exigências da empresa exploradora...
Numa área profundamente deprimida como é a baixa da cidade que beija a praia, onde a sazonalidade encerra negócios no mínimo quatro meses, depois dos prejuízos impostos pelo executivos nas suas más gestões na ocupação dos solos, sobretudo em leito de ribeira, depois de cortarem a circulação rodoviária que alimentava a baixa o ano inteiro, até pela presença de muitas empresas empregadoras, ainda levamos com a aberração dos parques e concessão de espaços públicos de estacionamento com preços inibidores das visitas e da sua repetição nos meses considerados de topo da estação veraneante.
A ACOSAL não tem nenhuma razão para se congratular com a redução do horário de roubo, uma das suas exigências contornada de forma manhosa, porquanto a esperteza política de PSD e PS, dois partidos com as mãos enterradas na destruição a prazo de um destino de excelência e empurrado para a descaracterização, sempre sabem o que planeiam em conjunto... infelizmente na cegueira dos resultados imediatos... e esta decisão de aumentar as tarifas é mais um passo seguro!
Quanto às alternativas de parqueamento sem custos para o utilizador e que a lei obriga, em condições de proximidade e comodidade, quer do centro e da praia, só existem em palavras dos políticos mandantes...

Luís Alexandre
Presidente da ACOSAL   
 

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