Texto publicado na edição de hoje do jornal "Barlavento"
Albufeira: o
roubo continuado dos estacionamentos!
Por proposta do executivo, a assembleia municipal aprovou as novas tabelas
de preços dos estacionamentos concessionados, votos a favor de PSD, PS e CDS e
contra de VIVA e PCP, que em nada servem a cidade e os interesses de
comerciantes e trabalhadores que ali exercem actividade, ou os privados que moram
ou investiram para rendimento. Quem lê a notícia da decisão e desconhece o
histórico desta novela que tem mais de oito anos, engole as teorias abstractas do
enunciado liberal do utiizador-pagador, tão do agrado do bloco central que
sempre dirigiu a cidade e a tem vindo a apagar sucessivamente com as suas
políticas de destruição e sobre exploração do território.
Em cima de uma situação ilegal de exploração em mais de dois anos, de
espaços públicos a troco da construção de um parque se ter praticado taxas e
multas, estas profundamente arbitrárias e dissuasoras da permanência ou novas
visitas, com rendimentos para explorador e concessor, onde se taxava 24 horas
sem diferenciados níveis de tarifário, as novas decisões aparentam a democraticidade
de reduzir os horários mortos, da uma às nove da manhã, para nos horários de
ponta sobrecarregarem as taxas ao valor de dois euros/hora, em Julho e Agosto, contra
o euro e vinte cêntimos nas tais 24 horas vigentes anteriores, isto nos parques
de superfície da Av. da Liberdade, dois espaços construídos com dinheiros dos
bolsos dos contribuintes.
E falando do histórico, para que os cidadãos percebam o que está em causa,
a ACOSAL exigiu ao executivo do PSD liderado por Desidério Silva com o actual
presidente de Câmara em presidente da assembleia municipal, que fosse levado
por diante o Parque P6 previsto no famigerado Programa POLIS/Câmara, entidades
que o abandonaram por insuficiência de verbas e despesismo em cosmética, o que
veio a acontecer pela mão do executivo contratando uma empresa em pré-falência
que não fez praticamente nada para cima do solo. Com a chegada da crise
financeira geral do país e o profundo endividamento da autarquia, abriram-se as
portas para as negociatas de virem os amigos da reserva económica da política
resolver, o que foi apresentado como um milagre conseguirem arrranjar alguém para
investir, para encetar este quadro de aproveitamento, onde o que era público
passou a concessão de privados e à mercê da sua gula de ressarcimentos
rápidos... em inademissível quadro de ilegalidade assumido pelo actual
presidente que pedia contenção nas palavras para não prejudicar a autarquia em
possíveis exigências da empresa exploradora...
Numa área profundamente deprimida como é a baixa da cidade que beija a
praia, onde a sazonalidade encerra negócios no mínimo quatro meses, depois dos
prejuízos impostos pelo executivos nas suas más gestões na ocupação dos solos,
sobretudo em leito de ribeira, depois de cortarem a circulação rodoviária que
alimentava a baixa o ano inteiro, até pela presença de muitas empresas
empregadoras, ainda levamos com a aberração dos parques e concessão de espaços
públicos de estacionamento com preços inibidores das visitas e da sua repetição
nos meses considerados de topo da estação veraneante.
A ACOSAL não tem nenhuma razão para se congratular com a redução do horário
de roubo, uma das suas exigências contornada de forma manhosa, porquanto a
esperteza política de PSD e PS, dois partidos com as mãos enterradas na
destruição a prazo de um destino de excelência e empurrado para a
descaracterização, sempre sabem o que planeiam em conjunto... infelizmente na
cegueira dos resultados imediatos... e esta decisão de aumentar as tarifas é
mais um passo seguro!
Quanto às alternativas de parqueamento sem custos para o utilizador e que a
lei obriga, em condições de proximidade e comodidade, quer do centro e da
praia, só existem em palavras dos políticos mandantes...
Luís Alexandre
Presidente da ACOSAL